As Três Fases de um Jogo chamado Empreendedorismo
A palavra da moda é empreendedorismo e, como toda moda, a gente acha que todo mundo deve seguir. Sim, no começo você fica tão empolgado com a ideia, assiste a tantos vídeos de grandes nomes no ramo, lê muitos livros falando de pai rico e pai e as intermináveis biografias de A a Steve Jobs. Quer convencer todo mundo de que deve largar o emprego CLT e seguir sonhando nessa empreitada: – “Olha aqui essa sacada!” e lá vai mais um áudio para o grupo de amigos no Whatsapp. E toda essa empolgação é fundamentada em muita pesquisa, pois esse texto pretende falar, sobretudo, com o professor empreendedor. Talvez sejamos o perfil mais desconfiado nesse meio do empreendedorismo e isso é fácil de explicar: talvez sejamos também os profissionais mais apaixonados e quem ama, desconfia. E por amar demais nossa área, mergulhamos. E mergulhamos fundo. E tomamos muito cuidado, porque nosso “produto” não é acabado, não pode ser embalado para produção em série, igualzinho, com lindas etiquetas vermelhas e laços azuis, com os dizeres “servimos bem para servir sempre”. Nosso produto também depende de quem o compra para ter algum sucesso. Aquele modelo encaixotado das escolas não nos atendia mais e devo fazer aqui uma observação, já desconstruindo a ideia inicial desse texto, a de que todo mundo deveria empreender: não, não deveria. E está tudo bem com isso. Talvez os colegas que trabalhem como funcionários tenham até mais “jogo de cintura” no trato social do que quem decide ser autônomo e sejam mais disciplinados ao aplicar o método proposto pela empresa que os contratou. Já fiz essa autoanálise profissional. Então, está tudo bem trabalhar com “carteira assinada”. Mas, se assim como eu, você se identifica com o empreendedorismo, tenha em mente que antes de tudo é preciso muita autoanálise. Afinal, quando você deixa o que conhecia e o que era para se jogar, numa empreitada solitária, você deve olhar muito mais pra si mesmo do que pra fora. Sim, há modelos, há fórmulas, há pessoas te ajudando a enxergar mais longe, há livros, há redes de apoio, há um mundo de conhecimento que faz muita diferença e que não deve ser descartado. Mas nada fará muito efeito se você não descobrir, dentro de você, o que você quer, o que não quer, o que tem a oferecer e que significado dar a seu trabalho dentro do que você reconhece como sendo uma vida de qualidade. (e aqui deixo claro que são valores muito subjetivos e intransferíveis, cada um tem seu modelo de vida feliz). Há uma certa dificuldade inegável quando falamos de “olhar para dentro de si e buscar o modelo que se quer seguir” já que não fomos treinados para isso. A todo momento, desde crianças, nos dão cópias, cronogramas e programações que devemos executar, sem pensar muito, sem avaliar se vale a pena, obediência plena sem pestanejar ou questionar. Quem, como eu, já trabalhou anos em escolas tradicionais, sabe do que estou falando. E aí, um belo dia, decidimos que vamos trabalhar sozinhos, fazer do nosso jeito e no nosso ritmo e… O mundo cai em nossas costas e não temos mais modelos! Você pode seguir o que um outro colega faz, o que o bam bam bam do empreendedorismo faz, o que a reza do Papa fala pra fazer e, ainda assim, não dá certo. É preciso se autoconhecer para não se frustrar quando as coisas não saírem como você esperava e isso não é papo de hippie. Por isso, nesse artigo vou te guiar por três fases pelas quais passamos ao empreender, e que não há como pular, pois isso seria praticamente voltar as casas que você já andou no tabuleiro. Preparado? Vamos lá! 1ª Fase do jogo: saber o que você não quer Muito mais importante do que saber o que você quer e onde quer chegar, é saber o que você não quer. Fazer um mergulho interior toda vez que alguma situação profissional te incomodar. É ali que você deve trabalhar, é nesse ponto que você deve agir. Um exemplo prático é que, como professores, não costumamos ser bons em lidar com assuntos financeiros por exemplo. Além de outros assuntos administrativos e burocráticos. Mas sempre podemos buscar aprender aquilo que sentimos dificuldade em fazer, até porque esse conhecimento será necessário mesmo para contratar alguém para fazer o que você não sabe ou não gosta. Afinal, como avaliar se o profissional contratado está trabalhando bem se você não conhece o serviço que precisa que ele faça? É aí que precisamos buscar cursos, aperfeiçoamentos, pesquisar com outros colegas de profissão para solucionar nossas dificuldades e moldar nosso modo de trabalhar. Atenção: Você não precisa copiar ninguém, mas pode se inspirar e modelar o seu negócio! Lidar de frente com o que não sabemos, reconhecendo que precisamos de ajuda e que não temos que ser perfeitos em todas as situações traz um grande alívio. 2ª Fase: fazer o melhor com o que você tem Depois que você aceita que nem tudo vai sair redondinho, você para de esperar as condições favoráveis para fazer o que precisa ser feito. Você começa a fazer o melhor com o que você tem no momento. No início, é comum esperarmos o momento certo de nos expor na internet, esperar ter mais recurso para comprar um novo equipamento, esperava mais reconhecimento para fazer uma hora/aula melhor… e nada é feito. A não ação em determinadas situações é pior do que tentar e errar, porque com o erro se aprende e isso não é clichê. Inclusive, ajuda muito se você parar substituir “erros” por oportunidades de melhoria. Porque quando você está começando a fazer algo que não sabe, cada erro acaba sendo não um fracasso, mas um treinamento para que você ganhe experiência e em breve comece a tirar de letra o que parecia ser impossível! 3ª Fase: lidar com os copos quebrados Por fim, é importante e inevitável entender que nessa jornada nada é fixo nem permanente. Cada dia é será uma rotina já conhecida, mas com brincadeiras diferentes.
Guia para a Escolha de Material Didático de Idiomas
Professores de idiomas mais experientes que participam de grupos abertos de discussões se deparam frequentemente com uma pergunta clássica sobre escolha de material didático: “Alguém pode me indicar um material de inglês para trabalhar com alunos iniciantes?” Todos nós, professores de idiomas, já fizemos essa pergunta em algum momento de nossas carreiras, sejamos experientes ou iniciantes na arte de lecionar. E está tudo certo! Superficialmente falando, não há problema em pedir indicações sobre a escolha de material didático para um determinado tipo de aula. Uma vez que não conhecemos de cabeça todos os materiais disponíveis para venda, as orientações são sempre bem-vindas. Eu mesmo já trabalhei com vários materiais diferentes, de editoras diferentes, que seguem várias abordagens e metodologias diferentes, com foco em habilidades diferentes, direcionados para vários modelos de aulas diferentes com quantidades e objetivos de alunos diferentes. Não raramente forneço indicações de muitos materiais e quando peço, normalmente também recebo indicações pertinentes. Entretanto, um dos objetivos da DeProfPraProf é, entre outros, gerar a autonomia do professor de idiomas e por isso vou sugerir a melhor escolha de material didático de todos os tempos: O SEU JULGAMENTO. Vou explicar melhor o porquê e tenho certeza de que você vai se identificar… Indicações na escolha de material didático Alguma vez na sua vida você deu um conselho para alguém e essa pessoa não seguiu o que você sugeriu? Tenho certeza que sim. Alguma vez na sua vida alguém te deu um conselho e você não seguiu a sugestão recebida? Também tenho certeza que sim. Logo, por que as pessoas pedem conselhos se, na maioria das vezes, não vão segui-los? Eu respondo: isso acontece porque a prática do aconselhamento é baseada nas experiências pessoais de um indivíduo, que são únicas. Não é porque deu certo para mim que também dará certo para você. Há uma infinidade de variáveis que podem alterar todo o rumo da situação e da consequente escolha. Quando você me pede uma sugestão para a escolha de material didático para trabalhar com iniciantes, imagine quantas variáveis existem: 1. Quantidade de alunos na aula? 2. Idade dos alunos? 3. Nível dos iniciantes: real begginers (nível zero) ou false beginners (começarão do início mas já tiveram algum contato prévio)? 4. Valor máximo disponível para adquirir o material? 5. Aulas presenciais ou virtuais? 6. Objetivo do(s) aluno(s)? (Entrevista de emprego, viagem a turismo ou prova de proficiência) E essas foram apenas as variáveis que eu me lembrei em um rápido brainstorming, certamente há várias outras. Se apenas uma das variáveis acima se alterar, o material indicado pode não se adequar às necessidades da aula em questão para professores e alunos diferentes. Vê como é complexo pedir um conselho para a escolha de material didático? Mas não se assuste, vou agora te dizer o que pode agilizar a escolha de material, ao mesmo tempo que expande e atualiza os seus conhecimentos sobre metodologias e materiais ofertados no mercado. Escolha de Material Didático na Prática A melhor forma de fazer a escolha de material didático para você trabalhar com o seu aluno é avaliando-o você mesmo. Pensando assim, siga as instruções abaixo e comprove como você se sentirá mais capaz, bem informado e no controle da situação quando for escolher e conversar sobre material didático com seus alunos: 1. Escolha uma livraria Separe aproximadamente 3 horas de um dia útil qualquer e vá a uma livraria física (não servem lojas virtuais) especializada em livros pedagógicos internacionais (exemplos: SBS ou Disal), munido de canetas (pelo menos 2 cores) e da Ficha de Avaliação de Materiais Didáticos disponível para download gratuito no campo abaixo: 2. Converse com o atendente Explique ao atendente que você é um(a) professor(a) de idiomas e está lá para avaliar diferentes títulos para escolha de material didático e definir qual(is) será(ão) usado(s) com seus alunos particulares, peça para que ele te mostre onde fica a prateleira com esse material e onde há uma mesa com cadeira para que você se sente e faça anotações; 3. Selecione os materiais Monte pequenas pilhas de livros, respeitando os tipos de cursos e objetivos com os quais você normalmente trabalha. Por exemplo, 1 pilha para nível iniciante para adultos, 1 pilha para nível intermediário para adultos e 1 pilha para inglês para viagem e 1 pilha para FCE. Por questão de educação e organização da sua mesa e da livraria como um todo, pegue uma única pilha de cada vez; 4. Verifique os critérios Folheie livro por livro e faça anotações de tudo que achar importante sobre cada material, contendo: nome do livro, editora, ano de lançamento, quantidade de unidades e páginas, nome da abordagem (ou descreva modelos de atividades, caso você ainda não consiga diferenciar as abordagens de cabeça), design, número de colunas por página e espaço livre para anotações dos alunos, tipo de ilustrações (fotos reais ou desenhos), material multimídia, materiais extras, quantidade de livros disponíveis para aquele título (student’s book, workbook, teacher’s book, tests book, CD separado, DVD separado) e se há materiais online e como acessá-los. 5. Classifique os materiais Após fazer todas as anotações de 1 das pilhas, dê uma nota de 1 a 10 levando em conta a usabilidade de cada livro nas suas aulas e no seu estilo de lecionar. Essa nota é totalmente baseada no seu gosto, suas experiências e suas percepções acerca do material e de forma nenhuma deve ser considerada por outro professor como critério de escolha de material; Finalizada a pilha, chame novamente o atendente, ajude-o a guardar a pilha na prateleira e peça a pilha seguinte determinada no passo 3 para refazer os passos 4 e 5 acima; 6. Peça um orçamento Ao concluir todas as anotações de todas as pilhas de materiais e houver guardado tudo com a ajuda do atendente, pergunte-o sobre os valores (peça um orçamento por e-mail, se possível), formas de pagamento e possibilidade de entrega referente a todos os materiais anotados; 7. Pergunte sobre parcerias Informe-se sobre a possibilidade de se cadastrar na loja e nas editoras e sobre como conseguir material de professor gratuito ou com descontos. Não utilize material fotocopiado! 8. Agradeça ao atendente pelo atendimento gratuito Já que você ocupou espaço e tempo de atendimento por horas e não comprou nada, anote o nome dele, pegue o número de contato da loja e explique que orientará para que os alunos o procurem para comprar